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Aquele foi um dia como outro qualquer. Naquela época, eu estava sempre diante de um livro. Havia uma pacificidade no livro que eu não encontrava em outros lugares. Mesmo mais tarde, amor, quando eu achei que você era sinônimo de alento e proteção. Mesmo com você nos braços não havia conforto maior do que o de estar mergulhado em um livro. Ano passado, já sem poder te ver, li O último leitor, do Ricardo Piglia. Me perguntava se você já leu. Se seguiu aquela dica da professora Júlia, ou se deixou de lado. Há tanta coisa a se ler. E há tantas narrativas tortas, torpes, tristes, que a vida não pode comportá-las todas. Essa por exemplo. A quem narro sua falta? Quem acreditaria no seu destino? Mas escrevo porque te amo, ainda.
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