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Mesmo que muitos discordem de mim, são dois, e só dois, os melhores poemas sobre perda. Um deles, é claro, é de José Paulo Paes. Não digo que muitos, tantos outros, valham muito a pena. Aquele da Elizabeth Bishop. Uns tantos do Manuel, outros do Manoel. Alguns de Drummond, pois não há assunto que tenha sido vertido em texto que Drummond não o tenha feito com primor. Aquele do Cassiano Ricardo.

Mas o ouro e a prata, e que me perdoem os dissonantes, são do José Paulo Paes e da Cecília Meireles. O da Cecília é aquele belíssimo, elegia alguma coisa. O do José Paulo Paes é o do retrato. Penso nisso e me pergunto se eles sofreram como sofri. A mim, me dói tanto que não parece razoável escrever nada com qualidade literária. Nada que minore sua falta parece razoável. E escrevo só porque sei que não presta.

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fotos e site por manoela rónai

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